Pintor, escultor e de naturalidade alemã, Ernst foi um dos artistas que mais contribuiu para a teoria e prática do Surrealismo. O seu trabalho desafiou e rompeu com aquilo que considerava serem os aspectos repressivos da cultura europeia, em particular a doutrina cristã e os códigos estéticos e morais da arte académica ocidental. Ernst não teve educação formal no campo das artes, embora tenha frequentado diversos cursos na Universidade de Bona entre 1909 e 1912. O seu trabalho foi inicialmente influenciado pela obra de Van Gogh, Campendonck, Macke, Robert Delaunay e dos futuristas italianos. Mesmo nos quatro anos que esteve ao serviço do exército alemão (1914-18), Ernst continuou a pintar seguindo um caminho semi-cubista e semi-abstracto. Em 1918, em Colónia, fundou um grupo dadaísta com Hans Arp e, em 1922, instalou-se em Paris e foi co-fundador do grupo surrealista liderado por Breton. Introduziu e desenvolveu novas técnicas artísticas como frottage, grattage e decalcomania, que estimularam o fortuito no processo criativo. Manteve-se no início dos anos 30, sensível às ideias do grupo surrealista em geral e aos trabalhos de Breton e Dali, em particular. O carácter violento e ameaçador do seu trabalho tornou-se mais proeminente a partir de 1933, principalmente devido à reacção contra o clima político e social da época. Durante esta década Max Ernst tornou-se cada vez mais conhecido internacionalmente, e em 1948 naturalizou-se americano ao estabelecer-se nos Estados Unidos, onde se casou com Peggy Guggenheim. Em 1953 regressou à Europa e obteve a nacionalidade francesa em 1958. Em 1954 foi distinguido com um Grande Prémio na Bienal de Veneza e em 1975 realizaram-se, em Nova Iorque e em Paris, as maiores retrospectivas do seu trabalho.