Pintor, escultor, designer e decorador espanhol. Embora nunca tenha estado efectivamente associado a nenhum movimento artístico, Miró distingue-se, tal como Picasso, pelas inovações formais e técnicas que introduz na arte do século XX. Em 1907 iniciou a sua aprendizagem artística em Barcelona, na Escuela de Artes y Oficios de La Lonja e em 1912, passou para uma outra escola de arte, dirigida por Francisco Galí, onde se dedicou ao estudo das artes impressionista e fauvista. As suas primeiras pinturas datam desta época. Em 1918 foi um dos primeiros membros do grupo Courbet, uma associação de artistas fundada por Josep Artigas e alunos do Círculo Artístico de Sant Lluc. Joan Miró teve a sua primeira exposição individual na galeria de Lluís Dalmau, em Barcelona. Esta não teve muito êxito, o que levou Miró a reconsiderar os seus métodos, particularmente depois de 1920. No ano seguinte, realizou outra exposição na Galeria La Licorne, em Paris, onde também não vendeu nenhum quadro. Embora tenha tentado evitar, Miró acabou por ser influenciado por alguns movimentos durante a década de 20, nomeadamente pelo Dadaísmo e pelo Surrealismo. Em 1925, a Galeria Pierre em Paris, expôs mais uma vez o trabalho de Miró, juntamente com obras de Picasso e Paul Klee. Entre 1929 e 1931, procurou quebrar todas as convenções existentes, usando a técnica da colagem, em que incorporava objectos poucos vulgares. Entre 1934 e 1936, produziu uma nova série de Wild Paintings que manifestavam a violência que até tinha sido controlada. Agressão, sexualidade e drama adquirem uma forma humana, deformada e grotesca que é empolada por superfícies e materiais estranhos. Os dois primeiros anos da década de 40 marcaram o fim das influências abstractas no seu trabalho. Em 1941, a primeira grande retrospectiva sobre a obra de Miró no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque foi de extrema importância para o seu reconhecimento internacional. Em 1946 expôs na Galeria Maeght, em Paris e realizou numerosos trabalhos de impressão, litografia e cerâmica. Nos anos 50, começou a dedicar-se à escultura, e as suas criações nas várias áreas caracterizam-se por uma presença simultânea de duas abordagens distintas: uma de produção bastante cuidada e reflectida, e outra extremamente espontânea. Na década de 60, assiste-se a uma grande mudança na obra de Miró: torna-se dramática, quase trágica e a cor é praticamente suprimida pelo peso exercido pelo negro. Nos últimos anos da sua actividade, continuou a experimentar novas técnicas, nomeadamente na ilustração de livros e em posters, e foi distinguido com o Grande Prémio da Fundação Guggenheim (1963). A partir de 1966, Miró trabalhou intensamente em esculturas baseadas em pequenos objectos que une de diversas e surpreendentes formas. Pedras, ramos de árvore e outros objectos que encontra durante as suas caminhadas na praia, são combinados segundo um espírito que ainda tem algo de surrealista, mas que ao mesmo tempo, revela a sua necessidade de contactar com a natureza e com as coisas simples.