Pintora de naturalidade portuguesa que mais tarde adoptou a nacionalidade inglesa. Entre 1952 e 1956 estudou na Slade School of Fine Art. De 1957 a 1963 viveu em Portugal e até 1975 dividiu o seu tempo entre este país e Inglaterra. Foi inicialmente aclamada pelo público português através das suas pinturas semi-abstractas que por vezes incluíam colagens de elementos retirados dos seus próprios desenhos. As suas influências incluem trabalhos de Dubuffet, Picasso, Walt Disney, Gilray e ilustrações de caricaturistas que via nas revistas. Em 1976 vai para Londres e nos finais desta década põe de parte a colagem para se dedicar sobretudo ao desenho em acrílico sobre papel. Usando um estilo essencialmente gráfico reminiscente das histórias de banda desenhada, Paula Rego continuou a produzir trabalhos figurativos que consistiam mais em narrativas espontâneas do que em ilustrações para textos literários. As suas personagens tomam geralmente a forma de animais para produzir o efeito satírico que a artista pretende. Em 1986 concentra-se num idioma mais naturalista com figuras fortemente modeladas e uma fonte de luz bastante consistente. Estas representações de dramas humanos com uma forte carga psicológica, essencialmente baseadas em memórias da sua infância, deram-lhe um lugar de destaque na arte do século XX. Em 1989, o seu maior quadro até então foi comprado pela Tate Gallery em Londres.