Nascida em Biarritz, Gina Pane parte, em 1961, para Itália, onde passa a sua infância e adolescência. Estuda nas Belas Artes de Paris e participa nos trabalhos do Atelier d'Art Sacré fundado por Maurice Denis.A partir de 1965, realiza esculturas e instalações que convidam o visitante a tomar consciência do corpo, que ocupa desde logo o centro das suas preocupações.Gina Pane concebe as suas primeiras acções no atelier, e depois em público, no início da década de 1970. Principal representante da “body art” em França, demarca-se voluntariamente das designações "happening" e "performance" com a finalidade de evitar qualquer conotação teatral.A artista desenvolve o plano das suas "acções", de que são testemunho "processos fotográficos", por meio de storyboards extremamente rigorosos.O corpo, a partir do qual manifesta a linguagem - biológica, psicológica, estética e social – é o próprio medium da sua obra. As feridas superficiais que inflige a si própria com uma lâmina de barbear ensaiam a fragilidade do corpo, do sangue e da energia vital que ele contém.Na década de 1980, Gina Pane realiza obras que se encontram entre a instalação e a escultura, denominadas "Partitions" [Partições], em que o corpo é evocado por meio de um trabalho sobre a matéria e do agenciamento de elementos heterogéneos.A questão do sagrado – que está subjacente a toda a obra – inscreve-se afirmativamente nas suas últimas pesquisas, inspiradas nos santos mártires.Paralelamente à sua carreira artística, Gina Pane ensinou pintura na Escola de Belas Artes de Mans, entre 1975 e 1990. Faleceu em Paris, em 1990, em consequência de doença prolongada. A peça de Gina Pane é uma obra post-performativa, a performance a que se refere foi realizada na Quadrum Galeria de Arte no dia 4 de Abril de 1978, às 19h00.No convite correspondente lê-se: "acção realizada em Kassel no ambito da documenta VI".
