Salvador Dali tomou pela primeira vez contacto com o mundo da pintura através de um pintor impressionista, amigo de seu pai. Estudou na Real Academia de Bellas Artes de San Fernando em Madrid e os seus primeiros trabalhos são, simultaneamente, portadores de uma inovação formal e de aspectos da tradição académica. A primeira exposição individual de Dali realizou-se em Barcelona, na Galeria Dalmau em 1925 e, a partir de 1928, começou a aderir ao movimento surrealista, para o qual foi oficialmente aceite como membro em 1929, através da sua obra Dismal Sport. Participou em diversas exposições e publicou vários artigos em periódicos da época. A sua primeira contribuição teórica para o movimento é o denominado "método crítico-paranóico", proposto como um meio de destabilizar o mundo, acreditando que tudo aquilo que o observador vê pode ser qualquer outra coisa, uma forma positiva de automatismo através do qual pretendia retratar objectos não visíveis em vez das suas imagens associadas a significados subconscientes. Contribuiu para as Exposições Internacionais do Surrealismo nas Galerias New Burlington em Londres, em 1936, e na Galeria Beaux-Arts em Paris, em 1938. Durante os anos 30, a indiferença em relação à vida política, alienou-o em relação aos outros surrealistas e em 1937 pintou uma série de quadros a "celebrar" Adolph Hitler. Considerado como um acto de muito mau gosto, levou à sua expulsão do movimento surrealista. Durante o período da II Guerra Mundial esteve nos Estados Unidos onde se tornou um artista da moda, proclamando o retorno à Arte Clássica, e onde adquiriu um forte reconhecimento por parte do público. Em 1948 regressou à Europa e dissociou-se efectivamente do Surrealismo. Embora diferente, o seu trabalho continuou a centrar-se no seu desejo de, por um lado, seguir os ensinamentos dos velhos mestres e de, por outro, introduzir novas experiências visuais. Ilusionismo óptico, realismo fotográfico, divisionismo, Expressionismo Abstracto e Arte Pop são aspectos que estão presentes nos seus últimos trabalhos. Dali foi enterrado no Teatre-Museu Dali em Figueras, fundado em 1974, que tem como funções, não só ser o depósito de grande parte da sua obra, como também ser um monumento teatral das suas ideias e da sua personalidade.