Escultor, desenhador e designer inglês, Moore é considerado como o escultor inglês mais importante do século XX. Embora tenha assistido, ao longo da sua carreira de artista, a várias mudanças estilísticas e à emergência de novos materiais para a escultura, Moore apropriou-se de diversas tradições culturais e artísticas para dar ao seu trabalho uma forte ressonância com a arte do passado. Em 1919, ao frequentar um curso de dois anos na Leeds School of Art, conheceu a obra de Roger Fry's, Vision and Design, que o introduziu naquela que viria a ser a sua maior influência: a escultura não ocidental. Em 1921 obteve uma bolsa para estudar escultura no Royal College of Art em Londres, mas as suas constantes visitas ao Museu Britânico acabaram por revelar-se mais importantes para o seu desenvolvimento artístico, do que o curso que frequentava. Depressa surgiu um enorme conflito entre os seus estudos académicos e o seu interesse pelas tradições da escultura não europeia. Visitou Paris pela primeira vez em 1923, e sentiu-se completamente oprimido pelo trabalho de Cézanne. De 1926 a 1939, deu aulas de escultura no Royal College. Em 1928 realizou a sua primeira exposção individual na Galeria Warren, em Londres. O seu trabalho dos anos 30 é fortemente marcado por influências de Picasso, Arp e Giacometti e, em 1933, junta-se ao grupo de pintores, escultores e arquitectos de vanguarda chamado Unit One. Em 1946 teve uma grande exposição retrospectiva no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Em 1948 recebeu um prémio de escultura, na Bienal de Veneza e em 1953 na Bienal de São Paulo. Entre 1955 e 1977 participou nas documenta 1, 3 e 6, em Kassel. A partir da década de 50, as principais fontes para as suas esculturas passaram a ser ossos, conchas, seixos e outras pedras. Ao contrário das suas primeiras criações, em que a figura humana sugeria as formas de montanhas e vales, nos anos 60 e 70, rochedos escavados pelo mar, grutas e rochas transformam-se no corpo humano. Nos últimos quinze anos da sua vida, Moore dedicou-se essencialmente ao desenho como uma actividade de prazer, independente da sua produção escultórica. As esculturas de Moore desenvolveram-se, partindo de um estilo pós-Picasso para terminar em abstracção pura. Durante os anos 70, realizaram-se numerosas exposições retrospectivas sobre o seu trabalho e, em 1974, foi inaugurado o Henry Moore Sculpture Center, na Galeria de Arte de Ontario em Toronto, onde se encontra a maior colecção da obra deste artista. Em 1977 foi criada a Fundação Henry Moore em Much Hadham e em 1978 Moore doou 36 esculturas à Tate Gallery em Londres.