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Jemima Stehli desafia as noções do narcisismo e da distância crítica apresentando performances nua perante uma câmara colocada no seu estúdio. Na série Strip (1999), revela lentamente o seu corpo nu a um conjunto de curadores, negociantes de arte, escritores e críticos do sexo masculino, pedindo-lhes que, de tempos a tempos, disparem o obturador da câmara . A localização é o seu estúdio, um lugar frequentemente considerado um local de produção narcisista, e o seu corpo enquadra-se na versão idealizada do corpo feminino promovido pelos meios de comunicação social. A este respeito, é cúmplice da promoção desse ideal, porém, ao mesmo tempo, as suas estratégias narcisistas parecem ser demasiado deliberadas. Ao utilizar o poder de um corpo desnudado para agitar e excitar, Stehli nega ao sujeito o controlo da sua própria imagem, ao mesmo tempo que cede o seu próprio controlo pedindo-lhe que decida sobre o momento da representação.  O seu exibicionismo cria uma complicada teia de relações sujeito-objecto, na medida em que o homem é forçado a tornar-se objecto durante o processo de projecção do seu próprio olhar, alternadamente sobre a artista e a sua câmara, e deste modo também sobre o observador. Em última análise, Stehli corrói a posição privilegiada do voyeur, que se coloca de lado, e os seus efeitos são viscerais.            

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