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Copyright Wolf Vostell | | | Vostell, Wolf (1932 - 1998) Alemanha
Endogene Depression, 1980
Sofá, televisão e cimento ; 70 x 80 x 80 cm Fluxus
UID 102-607
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Biografia
Nasceu em Colónia, Alemanha. Em 1954 descobre a palavra e o princípio dé-coll/age: descolagem/elevação de um avião, desgrudar, dividir, morrer, rasgar. Para Vostell, a dé-coll/age é um gesto, intervenção - e isso em oposição à pintura abstracta, elegante, que triunfava nos anos 50. A décollage constitui o eixo da obra de Vostell, quer tome a forma de happening (1958), effaçage (1962) ou betonagem (1969), aparece muito menos como principio estético do que como processo existencial, implicando a participação na vida em nome de uma arte fenomenológica, forte e poderosa como a vida mesmo. A arte como filosofia, reflexão e não só, como objecto precioso. Esta prática inscreve-se na linha dadaísta ("Tudo é arte") que a geração dos anos 1955-60 afirma e que iria marcar muito profundamente as manifestações pré-fluxus na Alemanha (1959). Vostell encontra, nessa altura, em Colónia, um clima experimental muito estimulante, centro importante de investigações audiovisuais e electroacústicas anteriores às primeiras manifestações de Música-acção (concertos fluxus). Sobretudo as primeiras manifestações de Vostell situam-se num contexto histórico bem preciso: momento de renascimento, ao mesmo tempo que de sensibilização, aos "desastres" da guerra, revelados através das suas primeiras obras sobre os campos de concentração. Desde então, a integração do público - princípio estético dadaísta e Fluxus, tomada de consciência duma realidade cuja actualidade iria em breve multiplicar as manifestações agressivas: guerra do Vietname, assassínio político, invasões, acidentes, construção do muro. Arte de participação, arte de acção, onde o gesto, a sua duração, o tempo, são composições essenciais. Tempo-usura, erosão lenta da vida, destruição, morte como principio de vida. Arte global, activando todas as energias latentes, aderindo ao mundo nas suas dimensões biológicas, afectivas, sociais, políticas, nos seus fenómenos e processos essenciais, arte "vital" que "foge para a realidade". Vostell recorre aos processos mais avançados no domínio tecnológico (filme, vídeo, sistemas electroacústicos). Em 1971, mudou-se para Berlim e organizou um arquivo sobre happenings (que se encontra hoje em Malpartida), e em 1976 fundou o Museu Vostell de Malpartida de Cáceres, Espanha. Este museu tem em exposição, para além das obras do seu fundador, uma importante colecção Fluxus, e uma sala dedicada à vanguarda portuguesa.
Exposiçõess
Vostell Los Angeles Museum of Contemporary Art, EUA 01-01-1980 ~ 30-12-1980
Corpus: Visões do Corpo na Colecção Berardo Centro Cultural de Belém (CCB), Portugal 10-10-2003 ~ 13-03-2004
Novas Salas Pop, Fluxus, Foto-Realismo Sintra Museu de Arte Moderna - Colecção Berardo (SMAM-CB), Portugal 09-06-1997 ~ 28-02-1998
Nam June Paik – Joseph Beuys – Wolf Vostell Sintra Museu de Arte Moderna - Colecção Berardo (SMAM-CB), Portugal 17-02-2002 ~ 29-09-2002
De Miró á Warhol. La Collection Berardo á Paris Musée du Luxembourg, França 16-10-2008 ~ 22-02-2009
Bibliografia
Corpus: Visões do Corpo na Colecção Berardo, 2003 Published by CCB - Centro Cultural de Belém ISBN 9728176856
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