Escultor francês, nascido em Loriol, estudou na École des Beaux Arts em Lyon (1929-33), onde ganharia o prémio que o levaria a Paris, para continuar os estudos na Académie Ranson, sob a orientação de Charles Malfray; nesse ano de 1934 conheceu Duchamp. Em 1936 integrou o grupo Témoignage, fundado por Marcel Michaud, juntamente com Stahly e Manessier, entre outros. As suas esculturas deste período são na maioria cabeças de bronze e de pedra. De 1939 a 1941 é mobilizado e feito prisioneiro na Alemanha. Em 1944-47 viveu com Stahly e Manessier em Mortagne (Orne), onde produziu um grande número de esculturas de grandes dimensões, entre as quais Large Couple, escultura totémica muito elogiada pelo crítico Michel Taipié na sua obra Un Art Autre (Paris, 1952). Etienne-Martin regressou a Paris em 1947, onde, através do coleccionador Henri-Pierre Roché conheceu Brancusi, Dubuffet e Henri Michaux. Em 1949 produziu Passementerie, série de três esculturas inovadoras (Paris, Pompidou), utilizando uma mistura de materiais que incluíam tecido, corda e madeira. Estas obras têm a aparência de paramentos litúrgicos adequados a um primitivo ritual mágico. Em meados dos anos 50, trabalhou na série de esculturas Habitation - estrutura labiríntica com protuberâncias fálicas aos lados, onde a ideia de protecção é sugerida pelos mantos. Após 1970, a mais importante das suas esculturas é Wall-Mirror, trabalhada a partir de um grande tronco de castanheiro, cortada em duas metades simétricas e pintada com cores vivas em algumas áreas. Esta escultura misteriosa simboliza o masculino e o feminino. Posteriormente, continuou a série Habitation, de que é exemplo o "mixed media" Mur-Verseau (1982-83), que vem confirmar o seu interesse em materiais variados e texturas contrastantes. As obras de Etienne-Martin encontramse nos principais musue mundiais. Por entre as suas inúmeras exposições, podemos reter a das “Demeures” que o Museu de Arte Moderna em Paris lhe consagrou em 1984.