A carreira de Wilhelm Freddie começou por um período abstracto. Depois, sob a influência de Dali, a sua pintura tornou-se surrealista, sobressaindo um simbolismo erótico. Em 1930, no Salão de Outono em Copenhaga, a sua pintura intitulada Liberté, égalité, fraternité, causou agitação: era a primeira obra surrealista que o público dinamarquês via. Só em 1935, a revista Konkretion começou a publicar artigos sobre as actividades, em Paris, dos escritores e artistas desse movimento. Também em 1935, foi organizada uma exposição cubista-surrealista, que incluía tanto artistas franceses, como suecos. Em 1937, a sua exposição Sex Surreal: Take the Fork out of the Butterfly's Eye, ofendeu a imprensa. Sob o pretexto de que continha pornografia, a policia fechou a exposição e confiscou as obras. O pintor foi condenado a dez dias de prisão e três das peças, duas pinturas e um objecto, foram enviadas para o Kriminalmuseet e só seriam devolvidas ao artista em 1963, após uma longa batalha. Durante a ocupação nazi da Dinamarca, Freddie continuou a expor, identificando-se claramente como Surrealista. Em 1944, a polícia dinamarquesa preveniu-o da sua iminente detenção pela Gestapo e ajudou-o a fugir para a Suécia. Em 1947, participou na Exposition internationale du surréalisme na Galerie Maeght, em Paris. Por esta altura tornou-se amigo de Victor Brauner, que influenciou a sua obra até cerca de 1955. Em 1949 e 1950, completou dois filmes de vanguarda, Refus Définitif de la demande d'un baiser e Horizons mangés. Mais tarde, afastou-se do Surrealismo, mas reteve sempre a sua inspiração fervente.
