Pintora de origem portuguesa nasceu em Lisboa, no seio de uma família que cedo estimulou o seu interesse pela pintura, pela leitura e pela música. Depois de ter estudado desenho, pintura e escultura em Lisboa, vai para Paris em 1928 onde frequenta as aulas de escultura de Bourdelle na Academia da Grande Chaumière e de Despiau na Academia Scandinave, abandonando esta técnica em 1929 para se dedicar exclusivamente à pintura. Trabalha enntão com Dufresne, Waroquier e Friwez e inicia-se na gravura no Atelier 17 de Hayter. Frequenta também as aulas de Fernand Léger e de Bissière. Em 1930 casa-se com o pintor de origem húngara, Arpad Szenes. A influência de Joaquím Torres García, cujo trabalho foi exibido na Galeria Pierre Loeb em 1932, foi igualmente decisiva. Expôs com a Galeria Jeanne Bucher em 1933 e 1937, período em que adquiriu um estilo distinto, um sistema de cruzamentos com carácter espacial inspirado na arquitectura urbana, que tratou em tons subtis. Fugindo da guerra, o casal passou uma temporada em Lisboa, partindo para o Brasil em 1940 onde permaneceram até 1947, regressando a Paris onde a artista voltou a exibir os seus trabalhos em 1947, 1949 e 1951 na Galeria Jeanne Bucher. O seu resenraizamento e a angústia provocada pela guerra reflectem-se na sua pintura. Antes e durante a II Guerra Mundial, o tema dos seus trabalhos foi-se tornando cada vez mais político. Em 1956 Arpad Szenes e Vieira da Silva naturalizam-se franceses. O estado francês adquiriu obras suas a partir de 1948 e atribuiu-lhe várias condecorações, sendo a primeira em 1960. Vieira da Silva foi uma das pintoras de maior reputação em Paris pós-guerra. Trabalhou regularmente com o poeta René Char, e em 1952 pintou uma cortina para a peça teatral de Arthur Adamov, La Parodie. Em 1954 participou na Bienal de Veneza e, entre 1955 e 1964, nas documenta 1 e 3, em Kassel. A exposição retrospectiva sobre o seu trabalho realizada pelo Museu de Arte Moderna de Paris em 1969-70, que itinerou por Roterdão, Oslo, Basileia e Lisboa, marcou um dos pontos mais altos da sua carreira artística. A sua obra mais tardia, evoluiu para jogos de estruturas e de cores líricas mais abstractas. Depois de 1970 algumas das suas concepções foram executadas em tapeçarias. Em 1988 o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian e o Centre Nacional des Arts Plastiques apresentaram, em Lisboa e em Paris, uma importante exposição das suas obras. Nessa ocasião, foi condecorada pelo Estado português e pelo Estado francês. Em 1990, em Lisboa, foi criada a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva cujo Museu, dedicado à obra dos pintores, foi inaugurado em 1994.