Pintor, desenhador e fotógrafo francês de naturalidade alemã, Hartung desde cedo demonstrou um especial interesse pela pintura. Revelou um entusiasmo inicial pela obra de Rembrandt e mais tarde pelo trabalho dos expressionistas, em particular Kokoschka e Nolde. Embora anteriormente tivesse já pintado e desenhado de uma forma abstracta, Hartung só teve contacto com o movimento em 1925, numa conferência proferida por Kandinsky, na Kunstakademie. Em 1926 viu, pela primeira vez, na Internationale Kunstausstellung em Dresden, trabalhos de pintura moderna de artistas estrangeiros como Rousseau, Picasso, Pouault, Matisse e Braque. Em 1932 mudou-se para a ilha Minorca e dois anos mais tarde, afastou-se do Cubismo para regressar ao estilo mais instintivo que havia desenvolvido nas suas aguarelas e desenhos, a carvão e a giz, de 1932 a 1934. Expôs regularmente no Salon des Surindépendants e em 1947 realizou a sua primeira exposição individual ao regressar a Paris. De 1952 a 1954 o seu trabalho tornou-se mais sereno e em finais desta década, Hartung, juntamente com Fautrier, Wolls e Riopelle, tornou-se num dos pintores mais importantes da Escola de Paris. Em 1955 e 1964 participou nas documenta 1 e 3, em Kassel. Em 1956 recebeu o Prémio Guggenheim e, em 1964, o Grande Prémio Internacional da Bienal de Veneza. Em 1981, recebeu o prémio Kokoschka da República da Aústria. Os seus últimos trabalhos tendem a tornar-se mais variados, combinando de diversas formas um mesmo estilo abstracto, antecipando a chamada Arte Informal.