Nasceu no Porto em 1968.
Os trabalhos desta artista convocam de forma mais ou menos explícita modos de entendimento do estatuto da mulher nas sociedades contemporâneas, movimentando-se em territórios ambíguos e flutuantes.
A peça que conta a Colecção Berardo Conta-me coisas, 2007 confronta com três realidades diferentes; a imagem, o som e a legendagem. Nela visualizamos um percurso urbano realizado a partir do interior de um carro, num ambiente invernoso e cinzento, que nos remete para sensações de desconforto e nostalgia, acentuadas por uma banda sonora minimalista e repetitiva e por legendas com frases soltas, que são fragmentos de texto dispersos. Estas frases remetem-nos para uma relação amorosa, para uma sexualidade latente, vibrante mas reprimida, sendo que aquilo que nos é apresentado se mantém num registo distante e abstracto.
São, no fundo, itinerários do desejo, erráticos, onde encontros e desencontros agudizam o desconforto da incerteza perante aquilo que se observa, sempre sublinhados pelo fluir hipnótico das imagens e dos sons.
Cristina Mateus expõe sistematicamente desde 1994.
Não Digas Nada, Galeria Presença, Porto, 1998. Political Body, Institute of Visual Arts, University of Wisconsin, Milwaukee, EUA, 1999. Fuga, Galeria Cesar, Lisboa, Portugal. 2000. No Meio, Galeria Marta Vidal, Porto, 2004. Conta-me Coisas, Desenho e Vídeo, Galeria Fernando Santos, Espaço 531, Porto, 2007.